Pode usar um smartphone como um Ponto De Venda (PDV)?
Resumo: Em um projeto de apenas 14 dias, desvendei e validei com pessoas reais como a melhoria na acessibilidade em um PDV (Ponto De Venda) móvel pode impactar na adesão, propondo um redesenho focado na legibilidade e em uma experiência mais humana.
🏆 Impacto e Conquistas
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Alinhamento e melhoria de estratégia de produto
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Otimização de Acessibilidade e Usabilidade
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Validação prática de estratégias de produto e design

Desvendando a experiência no balcão
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Duração do Projeto: 14 Dias (Contrato Pontual)
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Meu Papel: UX/UI Designer
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Contexto: Um projeto focado em otimizar a experiência de um Ponto de Venda (PDV) digital que rodava em smartphones, diretamente em lojas físicas.
O Invisível e o Intimidador: 2 problemas reais na jornada do usuário
Fui desafiado a repensar a tela de um PDV móvel. Minha primeira imersão foi observar o cenário real, e o que vi acendeu um alerta: o celular com o PDV estava "escondido" entre outros produtos na mesa do balcão. Isso me fez questionar: se até banners digitais sofrem de "banner blindness", um PDV físico pode ser igualmente ignorado? Além disso, pela heurística do reconhecimento, o usuário espera que informações cruciais estejam em um campo de visão na altura dos olhos como as telas clássicas nos caixas de supermercados, não escondidas em um balcão na altura da cintura.
Um dos pontos mais críticos era a baixa acessibilidade visual. A fonte original era minúscula, com tamanhos de 12px e 10px. Considerando que essas fontes são projetadas para a distância de leitura pessoal de um smartphone na mão, era evidente que, na distância normal de um PDV, a legibilidade era praticamente impossível. Então para conseguir ler o conteúdo em tela, com certeza seria necessário se aproximar bastante do aparelho (e curvar a sua coluna para olhar para baixo). A legibilidade confortável é fundamental para todos, especialmente para quem tem alguma dificuldade visual ou está a uma distância maior.
A jornada de compra numa loja física é, por natureza, apressada e pragmática, e cada segundo de dificuldade de leitura se traduzia em atrito. Além disso, havia uma provável barreira psicológica: um smartphone é um item pessoal, e a ideia de tocar em um dispositivo alheio para interagir com o PDV poderia intimidar os clientes, afetando a participação em pesquisas de satisfação ou a simples verificação de itens.


A prova no campo: Validando minha visão crítica antes de prototipar
Com essa visão crítica consolidada, eu precisava validar uma das minhas principais premissas sobre acessibilidade e legibilidade. A oportunidade surgiu de forma inusitada:
Durante a vistoria do meu apartamento, posicionei meu celular a mais de um metro de distância e pedi à pessoa responsável pela vistoria para ler um texto com o tamanho da fonte que eu estava considerando. Apesar dela ter algum grau de miopia, a leitura foi clara e sem esforço! Esse teste informal, porém real, foi crucial para dar confiança à minha abordagem antes de mergulhar na prototipagem.
Minha visão não era apenas teórica; ela era aplicável e testada em condições semelhantes às de uso.
Minha estratégia: Transformando o PDV em um ponto de conexão
Com a clareza de que o PDV precisava ser mais do que um simples aparelho na bancada — ele precisava ser um convite visual e uma ferramenta de apoio para o cliente —, mergulhei fundo para desenhar uma solução que realmente fizesse a diferença. O objetivo principal era claro: o cliente precisava ver e entender o que estava comprando, sem esforço.
Imaginei o cenário: o celular, que antes ficava jogado ou quase escondido, agora ganharia vida. Minha primeira ideia foi elevá-lo. Pensei: por que não colocar o celular em um tripé, na altura dos olhos do cliente? Assim, o PDV se tornaria uma parte ativa da experiência, algo que o cliente realmente notaria (assim como uma tela no caixa do supermercado) e com o qual poderia até interagir.
Mas não bastava apenas levantar o aparelho; a informação na tela precisava saltar aos olhos. Lembrei-me do problema das fontes minúsculas e dos textos cortados. A solução para o cabeçalho? Letreiros em movimento, com fontes bem maiores. Assim, todo o texto poderia ser exibido de forma completa e dinâmica, capturando a atenção de quem passava. Era como ter um mini telão só para o cliente.
Para a lista de produtos, a ideia era manter a estrutura normal, mas com fontes significativamente maiores para facilitar a leitura (tamanho validado no teste falado anteriormente). E para não sobrecarregar e perder espaço de tela, decidi que a lista de produtos não precisaria de imagens (sim, o projeto original ainda tinha a imagem do produto ao lado do seu nome). O que realmente importava ali era nome do produto, preço, a quantidade e o desconto. As imagens podiam ficar guardadas para o momento certo.
Ah, e o momento certo era esse: logo que o leitor de código de barras passasse o produto, a imagem dele apareceria em tela cheia por alguns segundos. Era um toque visual rápido, um reconhecimento instantâneo do item, sem tirar o foco do essencial.


Agilidade e Impacto: Humanizando o ponto de venda móvel em 14 dias
Este projeto, concluído em apenas 14 dias, destaca minha forma de atuar: com agilidade e proatividade em cenários complexos. Meu trabalho focou em humanizar a tecnologia, garantindo que a experiência do usuário fosse fluida e confortável. O conhecimento gerado e as soluções propostas visavam transformar um PDV com atritos em uma ferramenta mais humanamente efetiva, que pudesse garantir maior satisfação do usuário, fortalecer a marca e colaborar para a escalabilidade do negócio. Realizei duas apresentações de excelência e uma reunião detalhada com os desenvolvedores, transferindo todo o conhecimento necessário para que essa visão pudesse ser concretizada.